segunda-feira, 10 de agosto de 2015
domingo, 17 de maio de 2015
Madame Cosmópolis, o livro livre!
Madame Cosmópolis é meu novo projeto. Trata-se de um livro free, licenciado em creative commons em atribuição BY. Portanto, qualquer um pode comercializá-lo, alterá-lo, relançá-lo, imprimí-lo e etc... Tudo isso de graça, bastando apenas notificar em alguma parte do produto gerado a partir dele, que a obra original é criação minha (Gabriel Billy). [Assista o vídeo acima e entenda melhor a proposta].
Mas quem quiser comprar o livro impresso comigo, estará me ajudando! O livro físico que estou vendendo está sendo impresso em um esquema que chamamos de impressão sobdemanda, ou seja, a cada pedido a gráfica confecciona um exemplar e o envia. Portanto, a demora para os livros chegarem é de aproximadamente 2 semanas, uma para a gráfica imprimir e outra para os correios enviar.
O livro tem 80 páginas em formato 14cm X 21cm, papel offset 75g, capa em papel cartão com laminação brilho.
Segue o botão para compra do livro impresso pelo PagSeguro:
Madame Cosmópolis - 15,00
quinta-feira, 5 de março de 2015
40 graus celsius: A HQ que nunca saiu.
Quando a editora "Barba Negra" lançou um concurso de quadrinhos, eu tinha uma ideia de roteiro e o desenhista Golden Ratio me devia uns desenhos (como expliquei no post sobre o Libertas). Então, coloquei a mão na massa e escrevi o argumento e roteiro das 30 primeiras páginas e passei pra ele. Era uma HQ sobre o cotidiano do Rio de Janeiro, chamei de 40 graus Celsius.
Mostrava um grupo de garotos indo a praia e um conjunto de situações cotidianas da cidade maravilhosa, situações de caos e euforia. Acho que se tivesse que resumir de forma bem sintética o cotidiano do Rio seria isso mesmo: "Euforia e Caos".
Enfim, não ganhamos o concurso e a HQ nunca se concretizou. Mas estão ai as quatro páginas que o Golden fez:
Mostrava um grupo de garotos indo a praia e um conjunto de situações cotidianas da cidade maravilhosa, situações de caos e euforia. Acho que se tivesse que resumir de forma bem sintética o cotidiano do Rio seria isso mesmo: "Euforia e Caos".
Enfim, não ganhamos o concurso e a HQ nunca se concretizou. Mas estão ai as quatro páginas que o Golden fez:
segunda-feira, 2 de março de 2015
Libertas!
Lá se vão 5 anos desde que fiz o projeto LIBERTAS! Parece que foi ontem...
A ideia era criar uma história em quadrinhos de super-heróis com um grupo formado de personagens das HQs brasileiras. Pedi autorização da galera que criou os personagens e o grupo ficou com A Velta e o Homem de Preto, do Emir Ribeiro, O gralha que era da equipe criadora do personagem, a Redentora do Marcos Franco e o Serpente que era um personagem meu.
Tudo começou com um desenho que colori como estudo de cor em 2007. Era um desenho do Tony Brandão, que tinha a Velta, o Capitão 7 e o Raio Negro. Ele fez o desenho, que era apenas um estudo em cima de uma arte do Ed Bennes (do Batman, mulher maravilha e Super Homem) e eu colori e alimentei a ideia de ir a luta para fazer uma HQ com aqueles personagens. Surgia ali a HQ que chamei de "Trindade Nacional".
Entrei em contato com o Emir Ribeiro e ele foi muito companheiro e topou sem problemas a utilização da Velta. Para o Capitão 7 eu entrei em contato telefônico com um cara chamado Danyael Lopes, que fazia uma HQ 3D do Capitão 7. Ele estava muito decepcionado na época, porque, de acordo com ele, a HQ 3D do personagem tinha conseguido uma boa repercussão, mas a família detentora do direito autoral do personagem começou a exigir valores mais altos e travou o projeto dele. Como eu não conhecia ninguém da família do criador do C7, vi que seria complicado trabalhar com aquele herói.
O Raio Negro eu tinha o telefone do seu criador, o Gedeone (não me perguntem como eu consiguia o contato dessa galera, eu mesmo não lembro), mas ele estava muito doente, e fiquei com medo de incomodá-lo.
Acabou que minha Trindade ficou só com a Velta. Vejam a notícia sobre a Trindade Nacional no site Bigorna (saudoso!):
e a imagem que moveu tudo:
Sem o Capitão 7 e o Raio Negro eu tive que montar um novo grupo. Pensei em algo maior, com 5 personagens, ao invés de 3. Chamei a HQ de "Projeto B" provisoriamente. Falei com o Emir para poder utilizar o Homem de Preto, que era o meu personagem favorito do universo dele, além de ser um personagem mais obscuro e misterioso; entrei em contato com o Tako X para pedir permissão em relação ao Gralha!, que é um personagem extremamente interessante e divertido e caía como uma luva para um grupo mais coeso; e falei com o Marcos Franco para utilizar a redentora, que era uma personagem envolvida com magia. Decidi lançar meu personagem também, que era um personagem mais revoltado, com uma veia de anti-herói.
Chamei o desenhista Ricardo Santos para as primeira edição e o desenhista Golden Ration para a segunda. O Golden deu uma sumida, depois me ligou dizendo que tava tendo infartos, ataques cardiácos, algo assim. Ele trabalhava como Motorista de ônibus, e teve que parar o trabalho. Eu tinha pagado algumas páginas adiantado, então fiz um acordo com ele, que quando ele melhorasse ele fizesse alguns trabalhos pra mim. Ele fez, depois mostro, mas já não era no Libertas mais. Vejam o lápis dele em 2 páginas para o Libertas.
O Colorista seria um cara que me deu um calote. Sim, eu paguei adiantado, e tomei calote do colorista e tive esse incidente do Golden Ratio.. Essas coisas minaram um pouco o projeto.
No fim, as duas Edições ficaram a primeira com a arte do grande amigo Ricardo Santos, e as cores do grande Geraldo Filho. A segunda o desenho foi do Jocivaldo, que tem um trabalho muito legal com mangás, e as cores minhas.
As geniais capas foram do Hugo Araújo da primeira edição e da segunda foi do José Carlos. E o lançamento ficou pelo site NHQ (do Gon), que era um site muito bacana de quadrinhos independentes publicados na internet.
Chamei dois amigos para concluir a minissérie que era planejada para ter 4 edições, o Miguel Rude e o Renan Laviola, eles prontamente me ajudaram e fizeram um roteiro para os 2 últimos números, aparando as minhas falhas e dando mais profundidade a história, mas não conseguíamos concluir, pois fiquei sem dinheiro para pagar novos desenhos, e o projeto estacionou, ficando com apenas duas edições lançadas.
Chamei dois amigos para concluir a minissérie que era planejada para ter 4 edições, o Miguel Rude e o Renan Laviola, eles prontamente me ajudaram e fizeram um roteiro para os 2 últimos números, aparando as minhas falhas e dando mais profundidade a história, mas não conseguíamos concluir, pois fiquei sem dinheiro para pagar novos desenhos, e o projeto estacionou, ficando com apenas duas edições lançadas.
Hoje, cinco anos depois, diversos livros lidos, diversas Hqs lidas, 4 livros escritos, 1 livro publicado, uma editora criada, n filmes visto, faculdade de arte cursando, diversos estudos de arte e etc.. Eu sou outra pessoa. certamente eu mudaria muito essa HQ, ela seria mais robusta, com certeza; mas não posso negar que me traz um bom sentimento nostálgico ver suas páginas.. Lembra de uma época não tão distante que eu era capaz de sonhar mais.
Tenho planos com um amigo de refazer o projeto Libertas.. quem sabe..
Tenho planos com um amigo de refazer o projeto Libertas.. quem sabe..
Para quem não conhece a HQ, ela está disponível para download aqui:
Gabriel Billy
Uma Peça de AMOR!
Uma peça de
amor.
Um anjo da guarda
estava entediado com seu protegido que vivia uma vida sem desafios
que precisassem de proteção. Então ele decidiu subir aos céus e
ouvir as orquestras angelicais de liras e harpas do paraíso.
Enquanto assistia
a orquestra sobre uma nuvem viu aproximar-se dele um cupido.
-Um anjo da
guarda no céu? Estás desempregado? –Perguntou o cupido.
-Entediado meu
caro. Entediado! Não tenho tido emoções protegendo na Terra, mas
infelizmente o Paraíso também está monótono. O tédio irrita
minha eternidade.
-Certo. Imagino
como seja ruim. Contarei uma história de humanos para te distrair.
Topas?
-Claro. Já me
enjoei também das calmas músicas do céu. Conte-me tal história a
me alegrar.
Então o bom
cupido iniciou sua história:
Existia na
Terra uma mulher mais linda que os anjos. Ela estava em seu
solilóquio costumeiro, olhava-se no espelho, arrumava um pouco o
cabelo, revia a maquiagem. As vestes não eram de uma indumentária
mais ornamentada que o normal, era um vestido leve e um chapéu.
Revia e relia as falas. Entraria no palco. Era uma atriz.
Devagar ela
entrou no palco, que tinha um cenário com cores azul e coral. Entrou
com um pequeno cachorro que contracenava com ela. Brincava com o
animal. Corria, via o horizonte da plateia e amava a vida. Sem que
percebesse estava pisando em areias de praia, e via a água do mar
que era o espelho das cores azul e coral do céu de fim de tarde.
Logo um homem
aproximou-se e brincou com seu cão. Ela sentia o vento beijar seu
rosto com sopros fortes. O vestido queria despir-se sendo impedido
pela mão em um movimento desengonçado dela. Ria da cena.
-Está
ventando forte hoje. –Dizia o homem sorrindo com os cabelos
dançando no bailar do vento forte.
-Sempre venta
forte a beira mar. –Ela respondia ainda nos movimentos de proteger
o chapéu e o vestido da força do vento.
-Não como
hoje. Hoje o vento está mais forte e frio, mas a água está morna.
Coloque os pés na água.
Ela então
caminhou ao seu lado e colocou os pés ao fim da onda. A água estava
um pouco morna. Mas calma! Era água de verdade. Na Peça a água era
um papel crepom qualquer, ali não, a água era real, o mar era real.
Ela se perguntava se ainda estava na peça encenando ou estava na
vida real. Ficou preocupada.
O homem ria e
brincava com a água morna molhando-a e ela, sem saber, estava sendo
conquistada por aquele mancebo. Sem que ela notasse, eu, anjo cupido,
disparei uma certeira flecha do amor nela, ela estava se apaixonando.
Então ao
fitar dos olhos brilhantes dos dois um beijo aconteceu. Um beijo
longo e quente. Após o beijo ela se desesperou, na vida real ela
tinha um amor já. Era muito bem casada, não podia estar fazendo
aquilo, mas aquela não era a vida real, era uma peça, ou não? Ela
já não sabia. A bela atriz subiu no palco para
interpretar um papel, mas sem perceber parecia que o papel era mesmo
a vida dela. Tudo era confuso.
O homem
insistiu mais por seus beijos e confusa como estava, sem saber o que
fazer se deixou levar pela emoção. Entregou a ele seu corpo em
volúpia. Atiçou-o como uma meretriz e amou-o
como uma santa, fez da água morna fogo que não queima, mas que
aquece. Embriagaram-se um do outro em orgasmos de paixão. Era um
amor sem razão de ser. E assim é o amor, ele simplesmente acontece,
não precisa de um porquê.
Por que aquele
homem causava isso nela, se ela já tinha a quem amar?
Acho que ela estava querendo fugir do tédio, como você anjo da
guarda! No fim das contas, a rotina é o veneno as
tradições.
Não sabe-se
ao certo se foi por tédio, mas o fato é que ela amou aquele homem
da praia e as cortinas se fecharam. A peça acabou. Era hora de
voltar à realidade.
Poucos
assistiram, praticamente ninguém, mas os que viram bateram palmas de
pé gritando “Bravo! Bravíssimo”. A peça de fato acabou.
Em seu
casamento ela não era infeliz, mas não vivia o que viveu com o
homem da praia. Lamentou-se da vida real ser menos emocionante do que
a peça. Pensou que às vezes é melhor fazer da vida uma peça, e da
peça uma vida.
-Pelos mestres
arcanjos! Que Bela história camarada cupido. Obrigado por me
distrair. Agora tenho que voltar ao meu protegido.
-Por nada Anjo da
guarda. Leve isto contigo e abra na terra, é um presente. – O
cupido entregou-lhe então um envelope de carta.
O anjo da guarda
desceu menos entediado a Terra e observou sua protegida muito
pensativa olhando o nada pela janela, um pouco melancólica e
sombria. Decidiu invadir seus pensamentos e lá viu que ela pensava
em um homem na praia. Percebeu então que ela estava com uma flecha
do cupido fincada no peito.
Esbravejou
irritado em pensamento. “Maldito cupido! A história que contava
era da minha protegida. Cravou a flecha em seu peito enquanto eu
estava no céu me distraindo.”
Ainda irritado,
abriu o envelope da carta do cupido e leu:
“É quando
estamos com a guarda distraída que um novo amor nos invade.”
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